Desde a publicação de Harry Potter e a Pedra Filosofal, algumas tendências sociais vêm sendo atribuídas à série. Em 2005, médicos do Hospital John Radcliffe, em Oxford, relataram que uma pesquisa realizada nos finais de semana de 21 de Junho de 2003 e de 16 de Julho de 2005, as datas de lançamento dos dois livros mais recentes, descobriu que apenas 36 crianças necessitaram de assistência médica por acidentes, ao contrário de outros finais de semana pesquisados.[24]
Evidências anedóticas como essa sugerem um aumento do hábito de ler entre crianças por causa de Harry Potter, que foram confirmadas em 2006 quando uma pesquisa do Kids and Family Reading Report (Relatório da leitura infantil e familiar) e da editora americana da série, Scholastic, revelou que 51% dos leitores de Harry Potter com idade entre 5 e 17 anos disseram que não liam livros por diversão antes de começarem a ler Harry Potter, e que agora o fazem. O estudo relatou ainda que, de acordo com 65% dos filhos e 76% dos pais, o desempenho escolar das as crianças melhorou desde que começaram a ler a série.[25]
Harry Potter também acarretou mudanças no mundo editorial; uma das mais notadas foi a reforma da lista dos livros mais vendidos do jornal americano The New York Times. A mudança veio logo antes do lançamento de Harry Potter e o Cálice de Fogo, em 2000, quando editores reclamaram do número de posições ocupadas pelos livros de Harry Potter, obrigando o jornal a criar uma lista separada para os livros da série e outras obras infantis, para liberar as primeiras posições da lista. Harry Potter é responsável também por um novo tratamento dispensado pelas editoras no que se refere a livros infanto-juvenis, anteriormente relegados a segundo plano.
Também notável é o desenvolvimento de uma grande massa de seguidores. A ansiedade desse fãs pelo último lançamento da série fez com que livrarias em todo o mundo fizessem festas para coincidir com o lançamento à meia-noite dos livros, começando em 2000 com a publicação de Harry Potter e o Cálice de Fogo. Esses eventos, geralmente incluindo jogos, pintura facial, concurso de fantasias, etc., alcançaram grande popularidade entre os fãs de Potter e foram muito bem sucedidos ao atrair fãs e vender quase 9 milhões dos 10,8 milhões de livros da tiragem inicial de Harry Potter e o Enigma do Príncipe nas primeiras 24 horas após o lançamento.[26][27]
A livraria Ottakar's mudou seu nome para o lançamento de um livro da série.Além das conversas on-line através de blogs e fã-sites, os fãs de Harry Potter também podem se encontrar nos congressos sobre o menino bruxo. Alguns destes tem se destacado até agora: o Nimbus 2003 e o The Witching Hour', nos EUA. No Brasil, dois grandes eventos (agora extintos) foram o PotterRio e o PotterCon. Atualmente, conta-se em São Paulo com dois eventos de grande porte - a convenção Hogfest do grupo Hogfriends e a Convenção PotterSampa do grupo Os Inomináveis - e cinco eventos de médio-grande porte - o Baile de Inverno Hogfriends, o Halloween em Hogwarts e o Baile de Máscaras em Hogwarts do grupo Hogfriends e o Baile de Inverno PotterSampa e o Baile de Samhain PotterSampa do grupo Os Inomináveis. Esses eventos atraem pessoas de todo o mundo para dar palestras e discutir sobre os livros e filmes, bem como permitir a troca de fanfics e fanarts pessoalmente, se fantasiar como os personagens, e especular sobre os próximos livros e filmes.
Outro impacto mais penetrante é a introdução da palavra "muggle" (trouxa) na língua inglesa. A palavra expandiu seu significado fora do contexto original, e foi aceita no Dicionário de Inglês Oxford como "uma pessoa que carece de um conhecimento ou conhecimentos em particular, ou que é considerada inferior de alguma forma".
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